Meninas, no ano de 2015, eu morei sozinha!! Isso mesmo.
Sim, uma mudança nova e totalmente bem vinda ao ano de 2015, eu morava bem mais no interior, e mudei pra uma cidade maior,pra morar com meu irmão, mas passei o mês de julho/agosto sozinha, por que ele estava de férias! Fiz até um texto sobre isso:
Sempre quis sair de casa afinal cansa ser a filhinha da mamãe, pode isso, isso não pode, chega que horas? mas sabe, agora que todos os dias acordo e não a ouço fazendo barulho pela casa, me da um aperto no peito, não ouvir os chinelinhos arrastando, o barulho das panelas, o convite pro chimarrão cedinho.Morar longe da casa dos pais, te faz emagrecer, pensar amplamente e se descabelar com o preço das coisas, te faz dar valor a cada nova pessoa que chega, a cada gesto de cuidado que tenham contigo. Me fez odiar miojo, e fast-food, mesmo ainda comendo e lambendo os dedos quando tem. Sabe o que é mais estranho? Chamar esse outro lugar de casa. Às vezes, eu tento explicar que, na verdade, tenho duas casas. Muitas vezes as pessoas demoram para entender, mas entendem. É que eu ainda não me acostumei com o fato de que as minhas coisas estão aqui e os meus pais lá, naquela casinha rosa na qual eu morei praticamente a minha vida toda. É difícil se desligar, fazer o coração entender que a sua vida agora é aqui, que você está praticamente sozinha com a bagunça toda e que não pode mais gritar para o seu pai lá no sofá que tem uma barata nojenta no seu quarto pra ele matar. A comida ruim também é um indício de que as coisas mudaram e não vão voltar a ser como eram antes tão cedo, mas a cada dia eu descubro algo novo, aprendo um jeito novo de fazer arroz, uma medida nova de leite com groselha. Não tem ninguém lá para fazer o trabalho sujo por você. Vai ter que se virar, trocar a lâmpada, o galão de água, pagar as contas e engolir o arroz meio queimado quando não dá mais tempo de preparar outro. Vai ter que encarrar o trânsito, o cansaço e o sol quente. Vai ter que aprender a andar com as próprias pernas, meio que seja meio capengando no começo. Vai descobrir que o pior de tudo é a saudade e que não dá para se esconder debaixo do travesseiro toda vez que pisar na bola. Algumas vezes, vai doer também. Bem forte. Mas gente grande faz assim: engole o choro e amanhã se segue em frente. Porque não tem ninguém ali pra te ouvir e sentir um nó na garganta por causa do seu rosto molhado de lágrimas. Chorar não resolve. Quase nada. Talvez mais estranho ainda seja estar aqui e saber que as coisas mudaram tanto e tão pouco ao mesmo tempo. Ainda sou a mesma menininha do interior que nunca tinha entrado num cinema de verdade.Estou aprendendo gostar de pessoas. não que antes eu fosse fria ou algo do tipo, péra, na verdade eu sempre fui meio superficial quanto a isso, sim, eu tinha medo, que as pessoas que eu amasse fossem embora, e isso aconteceu, com algumas foi até pior, ficaram, mas me tornei invisível pra elas, mas ainda existem pessoas (mesmo que do lado de lá do telefone) que se importam comigo.
Morar sozinho realmente é muito difícil, ficar longe das pessoas que tu ama, fazer comida, lavar roupa, cuidar de casa, trabalhar, estudar... eu considero realmente guerreiros quem sai de casa e faz tudo isso. 2015, não foi o ano mais fácil da minha vida não, eu chorei muitas vezes, de saudade, de desespero, quando eu ia para casa nos finais de semana ou minha mãe ia embora do apartamento, achando que não ia aguentar... mas foi um ano que eu aprendi muito, fiz um cursinho pré vestibular nessa cidade, me fez crescer, conhecer pessoas e suas realidades, estudar mais, enfim, foi um ano de aprendizados, de conhecer a vida real!
Quem aí já mora sozinha?? Ou pensa em morar sozinha? O que acharam do post? Comentem...